terça-feira, 1 de dezembro de 2009

E a história continua, o Governo Norte-americano continua produzindo golpes

Eleições não são sinônimo de democracia. Nós brasileiros sabemos bem: durante mais de duas décadas, de 1964 a 1985, eleições foram realizadas no Brasil sob ditadura militar. Democracia não existe sem eleições, mas eleições existem sem democracia. Isto porque, para serem democráticos, processos eleitorais precisam, no mínimo, além de eleições, incluir escolhas reais para os eleitores (liberdade e, ao menos relativa, igualdade de organização e articulação para todas as forças políticas) e liberdade de expressão e manifestação. Alguém tem coragem de dizer que isto existiu em Honduras? Do golpe a eleição meios de comunicação foram fechados quando manifestavam contrariedade com o golpe e sindicatos, organizações e manifestações populares foram reprimidas.

Para o governo norte-americano, no entanto, isto não tem a menor importância, quanto mais pasteurizado o processo eleitoral, melhor. É isto que está contido nas manifestações recentes do governo dos EUA:

Em um comunicado, o Departamento de Estado elogiou os hondurenhos por "exercer pacificamente seu direito democrático de escolher seus lideres" (Washigton Post, 01.12.2009)

A questão não é saber quem vai ser o próximo presidente", Arturo Valenzuela, o novo secretário de Estado adjunto para Assuntos do Hemisfério Ocidental, disse a jornalistas em Washington. "O povo hondurenho decidiu isso. A questão é se o legítimo presidente de Honduras, que foi derrubado em um golpe de Estado, será devolvido ao posto. " (New York Times, 30.11.2009)


A questão, na verdade, é que não ocorreram eleições democráticas em Honduras.

A cortina de fumaça é produzida quando se igualam democracia e eleições. As aparências enganam...


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