Aqui, vê-se e ouve-se o pedantismo traíra de Nelson Jobim, fazendo malabarismos para transformar vontade em realidade, discurso em fato.
Para enfrentá-lo , valho-me das bem fundamentadas palavras de um cientista de primeira categoria: Wanderley Guilherme dos Santos; graduado em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1958) , doutorado em Ciência Política pela Stanford University (1969) e pós-doutorado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1986), membro da Academia Brasileira de Ciências. Em seu texto aparece a realidade baseada na história das eleições, em fatos e em conceitos e, disto, e não de conjecturas, retira uma tendencia:
"(...) as chances de vitória da situação são bastante superiores às da oposição. Não é fácil combater um governo bem-sucedido e bem avaliado. Todas as críticas, inclusive as procedentes, esbarram na disposição do eleitorado de recompensar os bons governos. Os especialistas perceberão que admito, para a próxima eleição, a supremacia do voto retrospectivo sobre o voto prospectivo. Os eleitores votam retrospectivamente quando estimam que a renovação do mandato dos atuais governantes promete trazer maiores retornos do que as perspectivas de mudança representadas pela oposição. O peso específico dos candidatos continua a ter importância, mas ponderado pelos cenários alternativos associados a cada um deles pelo imaginário público. Acredito que este ainda é o caso, não valendo a fadiga que leva à substituição de um governo, simplesmente porque é governo. Se não ocorrer nenhuma tragédia política maiúscula, os tópicos programáticos oposicionistas parecerão frágeis diante da prestação de contas petista." (Jornal Valor Econômico 7/12/2007)
Querendo Jobim ou não, esta eleição será baseada, principalmente, no voto retrospectivo. Só não seria se o atual governo não estivesse mudando a vida de milhões de eleitores para melhor. (crescimento econômico, geração de empregos, aumento da classe média). A primeira - e mais relevante - avaliação do eleitor sobre os candidatos será: quem manterá este padrão de melhora. Justamente por isto o candidato Serra está tentando transmutar-se em admirador do governo Lula e afirmar que nesta base pode fazer mais. Para, num malabarismo político, ganhar o voto retrospectivo. Sabe que se propuser um padrão alternativo ao padrão governo Lula perde com certeza. A esperança que hoje conta para o voto é a associada ao compromisso de dar continuidade a um conjunto de políticas bem avaliadas associadas ao governo Lula. Políticas que, repito, na avaliação do eleitor estão melhorando seu padrão de vida. Se contasse somente a esperança abstrata jobiniana, o futuro sem história, Serra estaria liberado do lastro lulista, nem estaria falando nisto...
Mas a metamorfose de Serra é difícil, quanto mais não seja porque concorreu contra Lula em 2002. E isto está registrado...
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