terça-feira, 28 de julho de 2009

O melhor que li sobre a negociação Brasil/Paraguai sobre Itaipu


Do Blog do Nassif:

28/07/2009 - 14:59

Um Plano Marshall para o Paraguai

Por emerson

A crítica sobre Lugo e Lula deveria ser sobre o atraso na implementação de ações focando a industrialização do Paraguai, da consolidação do agronegócio naquele pais.

O Paraguai tem uma população de 6 milhões, com PIB per capita de 4.000 dolares, o que dá um PIB total de 24 bilhoes de dolares por ano (Brasil tem 190 milhoes e PIB per capita de 8700 dolares e PIB de 1,6 trilhão de dolares).

Fica claro que o Paraguai nunca teria condições de financiar uma obra como Itaipu, portanto dizer que o Paraguai não contribuiu com a obra é inútil. A garantia da obra foi a demanda brasileira. A fração de energia que o Paraguai cede ao Brasil é equivalente a 4 usinas Angra 2. Acho que mesmo que todas as termoeletricas implantadas funcionassem a toda carga, ainda não cobririam a fração paraguaia de Itaipu.

O Paraguai possui uma segurança energetica unica na America do Sul, portanto seria o melhor local para se instalar uma industria eletro-intensiva. POr outro lado, o agronegócio no Paraguai é bastante arcaico. Se o Paraguai conseguir nos próximos 15 anos avançar em quatro direções principais i) soja para alimentação animal e exportaçao ii) cana-de-açucar para produção de etanol, iii) borracha natural e iv) madeira para celulose, possibilitaria a implementação de outros setores relacionados como v) produçao de carne (aves, bovinos com valor agregado do processamento local), vi) etanol para abastecer o Brasil e expandir o mercando flex para o mercosul, vii) industria de borracha, principalmente pneus e viii) papel, além de ix) uma grande industria de bens de consumo para o agronegocio. Não falo do biodiesel porque ainda é uma tecnologia em consolidação no Brasil.

Para isso é necessário a) abastecer Assuncion com energia, b) envolver a embrapa e universidades brasileiras para desenvolver tecnologia e capacitar mão-de-obra, c) o BNDES financiar esta industrializaçao baseada no agronegocio e d) incentivar o empresario brasileiro a investir pesado no Paraguai.

Precisamos parar de pensar no Paraguai como uma país distante. O Paraguai é um problema brasileiro tambem. A estabilidade economica e social do Paraguai reflete diretamente na sociedade brasileira, principalmente na faixa de fronteira. Temos que trazer o Paraguai para a mesma condiçao socio-economica do Brasil se quisermos manter nossa sociedade estavel, e isso nao tem nada a ver com a herança moral da Guerra do Paraguai. O problema não é reforçar a fronteira, mas elevar o Paraguai a um novo nivel de desenvolvimento.

2 comentários:

Carlos Eduardo da Maia disse...

Eu não tenho uma posição radical nessa questão de Itaipu. Acho sim que o Brasil deve estar aberto para negociar com os países irmãos e amigos. O contrato original previa a possibilidade de renegociação em 50 anos. O governo Lula aceitou antecipar e triplicou o valor. Disse que não vai passar a conta para o consumidor, mas esse dinheiro vai sair de algum lugar. Alguém vai pagar a conta. Quem será?

Sobre o Nassif, impressionante como ele mudou. Ele não era assim. As pessoas mudam, tudo bem. Eu já fui da esquerda radical e hoje acredito no crível e no razoável. Cadum cadum. Mas ele mudou depois que saiu da grande mídia, mas conseguiu agora um nicho de mercado, porque tem um público consumidor cativo. Qual, afinal, o verdadeiro Nassif, o de antes ou de agora?

Andre Passos disse...

Maia,

O texto não é do Nassif...