quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Controlar as grandes empresas para libertar a democracia


Pode parecer deslocamento da conjuntura brasileira, do debate atual no Brasil, corretamente marcado pelo centro temático Estado/Governo (Reforma política, mecanismos de democratização e/ou "moralização" da política, etc.), mas acho que poderíamos dedicar um pouco do nosso tempo para a reflexão sobre possibilidades de desenhos novos para outro território: a economia privada. Deveríamos considerar que as decisões neste território configuram, em grande parte, os limites da ação do Estado. Neste território, decisões de alocação dos recursos gerados pelo trabalho humano (diretamente ou indiretamente) são tomadas a cada segundo por poucas pessoas, em geral sem levar em conta a maior parte dos impactos sociais (nível de emprego, salário, meio ambiente, etc.) que causarão. Existe alternativa a este modelo de gestão dos recursos produzidos pelo homem em sua atividade produtiva? Existem várias. Recomendo, prá começar, a leitura do artigo Controlar as grandes empresas, para libertar a democracia, do Le Monde Diplomatique edição brasileira. Recomendo-o por identificar como caminho a democracia como alternativa. Caminho do qual sou fã. Transcrevo uma parte, petisco de boa Utopia:




"Na vasta galáxia de temas que apaixonam e mobilizam os Fóruns Sociais, podem estar nascendo algumas novas estrelas, de grande magnitude. Nos Estados Unidos, movimentos sociais e think-tanks (centros de estudos) progressistas estão lançando um conjunto de propostas para estabelecer o controle social sobre as corporations – grandes empresas que atuam em muitos países, oligopolizam vastos setores da produção e exercem enorme influência sobre governos, parlamentos e instituições internacionais.
Apresentado em detalhes, na última edição da revista Yes! (inglês, castelhano) e baseado em estudos e consultas que se estenderam por dezoito meses, o projeto sugere três grandes linhas de ação. No plano político, quer a separação radical entre Estado e empresas – uma revolução equiparável à conquista do Estado laico, na Revolução Francesa. No terreno da economia, propõe transformar em Bens Comuns vastos setores da atividade humana, hoje tidos como mercadorias. A lista vai das florestas e vida selvagem aos oceanos, água doce, ciberespaço, espectro hertziano, conhecimento, gens, sementes. Finalmente, o projeto avança sobre a própria vida empresarial. Grupos sociais que não detêm ações, mas são diretamente afetados pelo comportamente das corporações (como os trabalhadores e as comunidades) deveriam ter assendo em seus conselhos. Além disso, as empresas deveriam ser submetidas a rankings, de acordo com o respeito que dedicam aos direitos sociais e ao ambiente. O Estado atuaria beneficiando as companhias éticas com incentivos e redução da carga tributária. As que pressionam os sindicatos e devastam a natureza seriam punidas com medidas de sentido inverso – e submetidas a um Tribunal Internacional para Crimes Corporativos."




Na sequência comento...

Um comentário:

Anônimo disse...

TAÍ UMA BOA IDEIA. SABEMOS QUE O CAPITALISMO NÃO PODE CORRER SOLTO, SEM CONTROLE ELE ESCRAVIZA.