quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Palco de guerra inter-imperialista


Basta olhar a zona de combate desde o final do século XX para perceber que o embate real não é entre potencias imperialistas, como Rússia e Estados Unidos, e pequenos países, como Iraque, Geórgia, Afeganistão ou, talvez em um futuro próximo, Irã. Não são guerras localizadas, de curto prazo.
O que estamos vendo - e, infelizmente, vivendo - é o ensaio geral de uma disputa imperialista entre Estados Unidos e Rússia por espaços vitais para sua reprodução econômica, regida, em ambos os casos, pelo sócio-metabolismo do capital. Ambas são as nações poderosas hoje com capacidade para agir, "autonomamente", no plano internacional. E agem na mesma zona: Oriente Médio e Ásia Central. Porque o controle destas regiões significa o controle de grande parte do estoque e/ou do fluxo mundial de petróleo e gás natural. E o maior acesso a estas duas fontes de energia gera diferenças significativas na capacidade de reprodução do capital na Rússia e nos EUA.
A China apenas observa. A Europa só observa e reage, alia-se, mas não lidera aliados. A China talvez esteja esperando o momento certo. Talvez por ainda não ter aliados orgânicos. É como alguém que espera o instante adequado para agir sem que suas ações transformem a todos em inimigos. A Europa assim está porque ainda não tem coesão suficiente para agir com rapidez, precisão de objetivos e eficiência. Ou, o que dá quase no mesmo, porque ainda não abandonou totalmente a pretenção de agir como União Européia.
Está em curso o desenho de uma nova ordem internacional, pós-Yalta. Com o agravante de não opor dois sistemas ideologicamente diferentes quanto ao sistema econômico (o que acontecia na Guerra Fria): Rússia e EUA são nações capitalistas.
Os acontecimentos atuais, perspectivas e incertezas das potências militares e econômicas direta ou indiretamente envolvidas no atual embate imperialista, têm imediata repercussão no mundo todo. Um exemplo, a insegurança quanto ao cenário resultante na Eurásia, fez os EUA reativarem a IV Frota; sem dúvida uma precaução para manter os fluxos de petróleo da América Latina sob seu domínio.
Vivemos e viveremos cada vez mais sob este contexto.

Um comentário:

Claudinha disse...

Repercutido tb no Blogoleone: http://blogoleone.blogspot.com/