Quando os antropólogos (as), economistas, sociólogos e politólogos do futuro analisarem a sociedade gaúcha do início do século XXI - se é que ela vai ser objeto de interesse ou vai ter sobrevivido- recolherão ao menos um feito do governo Yeda. Yeda está cumprindo, as avessas, a missão auto-atribuída do governo Rigotto: unir o Rio Grande contra seus pacotes.
Do lado empresarial, urbano e rural, o quadro é o seguinte. O vice-governador, prócer da Federasul, já mandou bala. A Fiergs emitiu nota em seu site mostrando preocupação com os efeitos negativos do aumento de impostos. Resta a Farsul. Na primeira proposta de pacote, em dezembro de 2006, foi contra.
Quanto aos trabalhadores, a CUT, em seu site, publicou nota contra.
No conceito marxista "clássico" de classe - trabalhadores, capitalistas - já teríamos, com estas entidades, coberta uma boa parte da sociedade.
Mas vamos pensar "weberianamente". Neste caso, ao menos um elemento estaria faltando, prá variar... A tal da classe média. Alguns dirão que ela não tem associações. Que sua natureza é tão heterogênea que não se presta a isto. De fato, mas se não existe uma representação tão clara quanto nos outros casos, há quem se proponha a representar. Vamos flexibilizar os conceitos um "pouquinho" mais e aceitar, momentaneamente que a representação pode ser entendida como conquista do discurso. Neste caso poderíamos enxergar numa associação a tentativa (com relativo sucesso na conjuntura gaúcha do ano passado - eleições estaduais e nacionais) de representar supostos interesses de classe média.
Estou falando da ACLAME (Associação da Classe Média). Aquela mesma associação que, durante a eleição de 2006, distribuiu a rodo adesivos contendo a expressão "Chega de imposto". Se seguirem a linha de 2006, devem posicionar-se contra. Com a palavra seus atuais diretores e conselheiros. Lembro de alguns mais conhecidos do (as) gaúchos(as): Daniel de Moraes Andrade, Fernando Luiz Schüler e Alberto Möesch. Lembro destes por seus poderes e influências nos atuais governos estadual e municipal. O primeiro - presidente da ACLAME até 2006, se não me engano - é atual secretário de infra-estrutura do governo Yeda, o segundo é secretário de justiça do mesmo governo e o terceiro, secretário de meio-ambiente do governo Fogaça. Vai ser difícil de explicar...
3 comentários:
Este pacote da Yeda não vai passar e não tem que passar. A Yeda tem que fazer o que prometeu: não aumentar impostos e resolver a questão dos gastos excessivos do Estado, doa a quem doer. Tem que ter coragem e o tempo está passando. São medidas impopulares que ela vai ter que tomar. E quanto mais perto da eleição - pior.
É, os eleitores da yeda, cujos automóveis ostentam chega de imposto, devem estar "adorando" o pacotaço! A não ser, claro, que, numa rebuscada análise da situação, a culpa recaia no Governo Lula.
Sê bem-vindo à blogosfera!
E o "CANSEI" ? Não vai se manifestar ?
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