quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Yeda e Zambiasi

Yeda Crusius é de um partido pouco expressivo no Rio Grande do Sul. Um indicador disto é o tamanho da bancada do PSDB na Assembléia Legislativa do RS. São 04 deputados em 55. Sendo assim, são poucos os deputados que tem vínculo estreito com o governo, melhor dizendo, com a governadora. Isto naturalmente cria dificuldades para governar.

Partidos fortes podem ser dispensáveis em eleições, mas são importantes para governar. Vide Collor de Mello. Sem um partido razoavelmente forte, coisa que o PSDB está longe de ser no Rio Grande do Sul, cada projeto do governo Yeda que produz impacto social e político diferenciado vira uma interminável coleção de interesses conflitantes. A notícia do Agente 65 de que o senador Zambiasi está de malas prontas para o PSDB, a confirmar-se, será mais uma prova de que esta é uma das principais, senão a principal, dificuldade política que paralisa o governo Yeda. Porque ela provavelmente significa a tentativa de construir, com a posterior migração dos 05 deputados estaduais do PTB, uma base parlamentar significativa para o PSDB na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul. Com esta migração, a bancada do PSDB igualaria-se as do PP e PMDB e Yeda passaria a ter seu partido forte de sustentação.

Outro aspecto que este movimento, uma vez confirmado, demonstraria é a "preocupação" da RBS com o governo Yeda. A RBS ajudou a criar a onda de voto útil anti-PT que transferiu votos de Rigotto para Yeda e a levou ao segundo turno, na tentativa de impor uma derrota absoluta ao campo de esquerda no RS. Quiseram tudo, levaram Yeda, seu perfil autoritário e seu partido minúsculo e sem tradição no RS. Pariram Mateus e agora precisam embalá-lo. Precisam criar um partido que equilibre o jogo para o governo, que reduza os custos de negociaçào na Assembléia, nada mais útil que seu radialista-senador...

Por fim, a confirmar-se o affair Zambiasi-PSDB, em uma semana dois importantes personagens do campo de centro-direita ( o outro é o prefeito Fogaça), em pleno exercício do mandato, terão mudado de partido. Os gaúchos tem a rara oportunidade de perceber, se ainda não perceberam, nestes movimentos um fato há muito existente: as elites gaúchas de centro-direita em nada diferenciam-se das nacionais em relação ao partidos. Mudam a cor da pele a cada nova paisagem.

3 comentários:

Omar disse...

SEJA BEM VINDO. ABRAÇO

Carlos Eduardo da Maia disse...

Bem-vindo à blogosfera. A questão é que, no final das contas, tudo se arruma contra o PT. O PT e os pequenos satélites, PC do B e PSB ficam de um lado e do outro todos os partidos, inclusive o PDT, que muitas vezes é o fiel da balança, como aconteceu na eleição do Olívio.

Unknown disse...

bem-vindo! reforço necessário ...