sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Você acha que a vida foi ou será boa com os tucanos? Parte II

Leia esta reportagem, na Veja, ilustrativo manual tucano sobre "como usar o governo para perseguir aqueles que nos fazem oposição para viabilizar uma candidatura sem base social ampla". Sintese: elimine os adversários, sem concorrência ganha-se por WO.

Aqui: http://veja.abril.com.br/070404/p_038.html

Você acha que a vida foi ou será boa com os tucanos?

Superávit comercial (em bilhões de dólares):
FHC (1995/2002): - 8,7 (déficit)
Lula (2003/2005): 103,0

Risco país (em pontos):
FHC (em 2002): 1.445
Lula (em fevereiro de 2006): 230 (menor índice da história)

Juros:
FHC (em 2002): 25%, tendo chegado a 46% na crise de janeiro de 1999
Lula (em fevereiro de 2006): 16% e deve chegar a 12% até o final do ano

Inflação:
FHC (em 2002): 12,5%
Lula (em 2005): 5,7%

Conversão de dólar em reais:
FHC (2002): 3,53
Lula (em Fevereiro de 2006): 2,15 (menor índice desde 2001)

Ranking no PIB mundial (em trilhões de dólares):
FHC (2002): 1,340 (10º país)
Lula (2004): 1,492 (9º país)

Índice Bovespa (em pontos):
FHC (2002): 11.268
Lula (em janeiro de 2006): 35.223 (recorde histórico)

Dívida externa (em bilhões de dólares):
FHC (2002): 210
Lula (2005): 165 (agora em fevereiro, amortizou mais 20 bilhões de dólares)

Dívida com o FMI (em bilhões de dólares):
FHC (2002): U$14,7 bilhões
Lula (2005): zero (pagou a dívida antecipadamente)

Dívida com o Clube de Paris (em bilhões de dólares):
FHC (2002): U$5 bilhões
Lula (2005): zero (pagou a dívida antecipadamente)

Salário mínimo (em dólares):
FHC (2002): 56,50
Lula (2005): 128,20

Desemprego:
FHC (2002): 12,2%
Lula (2005): 9,6%

Empregos com carteira assinada:
FHC (1995 a 2002 - oito anos) - 700 mil
Lula (2003 a 2005 - três anos) - 4 milhões

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

O que Porto Alegre perdeu... O que Porto Alegre ganhou?

A postagem abaixo é do blog RSUrgente, do Marco W.. Uma perfeita descrição da inversão de sinais na polaridade ideológica mundial. E, também, do que Porto Alegre perdeu: o intercâmbio que antecipa tendências. E quem não antecipa tendências, é levado, muitas vezes prejudicado, por elas...
O que Porto Alegre ganhou? Ontem fomos protagonistas, hoje somos observadores.
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Belém vive, de um modo muito peculiar, o ambiente que Porto Alegre conheceu em 2001, quando recebeu pela primeira vez o Fórum Social Mundial. Há, por certo, diferenças importantes. Uma delas não é um detalhe: o mundo mudou. Quando o FSM nasceu, como contraponto ao Fórum Econômico Mundial de Davos, a globalização ainda era cantada em prosa e verso e, seus críticos, taxados de anacrônicos, inimigos da tecnologia e malucos. Na época, o então presidente Fernando Henrique Cardoso chegou a escrever um artigo chamando os organizadores e participantes do Fórum de “ludistas” (numa alusão ao movimento dos trabalhadores ingleses no início do século XIX, que destruíam máquinas por temer perderem o emprego para elas).
Os supostos avanços da globalização dos mercados eram apresentados como inevitáveis e necessários para a prosperidade das nações. Oito anos depois, os mantras neoliberais não só perderam força como estão cobertos hoje por pesadas nuvens de suspeição e descrédito. De 2001 a 2009, o otimismo e a euforia dos mercados transformaram-se em angústia e lamento.
Há, portanto, um ambiente de novidade que cerca o FSM 2009. O mundo mudou, afinal. E há uma grande novidade também para os paraenses que recebem pela primeira vez o Fórum. Pelos hotéis, ruas e restaurantes de Belém, começa-se a ouvir o inglês, o francês, o alemão, entre outras línguas. Essa polifonia, porém, não chega a ser novidade em um Estado em que se falam 60 idiomas. A Amazônia poliglota vai se encontrar com as outras línguas e pedaços do mundo. E vice-versa.
Vozes conservadoras da cidade, assim como ocorreu em Porto Alegre, em 2001, falam na possibilidade do caos tomar conta de Belém. Há, sem dúvida, uma dimensão caótica no FSM, mas se trata de um caos extremamente criativo. Uma das maiores expressões dessa criatividade é a capacidade que o Fórum teve, desde 2001, de antecipar diagnósticos e análises que acabaram sendo confirmadas pela realidade. O descontrole dos mercados, a enlouquecida e enlouquecedora livre circulação do capital financeiro, a destruição ambiental pela mercantilizaçao do mundo, a crise energética e a crescente militarização da agenda política das nações são alguns exemplos.
Belém terá a oportunidade de presenciar e formular algumas das primeiras grandes sínteses da esquerda mundial sobre as crises que marcam o início de 2009: crises econômica, política, ambiental e energética. E isso num ambiente mundial bastante diferente daquele que marcou o nascimento do Fórum. Essa novidade, por si só, já representa um grande desafio para o movimento que, ao recusar as políticas e princípios da globalização neoliberal, lançou idéias e propostas que hoje já não recebem o rótulo de anacrônicas. O anacronismo, hoje, se mudou para as montanhas frias de Davos.