terça-feira, 13 de abril de 2010

Serra e Dilma empatados: pesquisa Sensus para presidente

Como já haviam previsto IBOPE e Vox Populi, Serra e Dilma estão empatados. Mesmo que o Data Folha não queira...

Resultado Vox Populi:

32,7% a 32,3%. Serra e Dilma.
Ciro Gomes: 10,1%. Marina Silva: 8,1%.
Brancos e nulos: 7,7%.
Não sabe: 9,1%.
 
Cenário sem Ciro: Serra 36,8%; Dilma 34,0%; Marina, 10,6%. Brancos e nulos: 9,1%.
Não sabe ou não respondeu: 9,5%.
Segundo turno: Serra 41,7%; Dilma, 39,7%.
Brancos e Nulos: 10,1%.
Não sabe e não respondeu: 8,5%.
 
Margem de erro da pesquisa: 2,2%
Foram 2 mil entrevistas feitas entre 5 e 9 de abril em 136 municípios de 24 Estados.

Comprovado: o Data Folha é uma fraude...

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Serra: Moralismo de perna curta

Como os gaúchos parecem supervalorizar o moralismo eleitoral, lá vai um tema prá reflexão:


Do Blog do Paulo Henrique Amorim

Burburinho: a ligação da ONG de Goldman (que recebeu verbas do Governo de São Paulo) e Serra

9/abril/2010 11:29

Serra (Governador de São Paulo) declarou ter salas comerciais no mesmo prédio onde funciona a ONG de Goldman (Vice-Governador de São Paulo)

O Conversa Afiada publica email do amigo navegante Stanley Burburinho (quem será Stanley Burburinho ?):

A atuação do Idelt (Instituto de Desenvolvimento, Logística, Transporte e Meio Ambiente), uma organização não governamental criada em 1996 por Alberto Goldman (PSDB), vice-governador paulista, Frederico Bussinger, ex-secretário municipal de Transportes de São Paulo, e Thomaz de Aquino Nogueira Neto, atual presidente da Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa), entre outras pessoas ligadas ao setor de transporte público e ao PSDB.

1 – Em 2006 a FSP noticiou que a presidente do Idelt, esposa do secretário municipal dos Transportes de São Paulo, contratou uma empresa de ônibus concessionária da prefeitura. A informação sobre esse contrato surgiu um dia depois de o governo José Serra (PSDB) ter decidido cancelar a contratação do Idelt, feita sem licitação, por R$ 948.750:

“Folha de S. Paulo, 17/03/2006

Mulher de secretário trabalhou para viação

Uma empresa de ônibus concessionária da prefeitura contratou, no ano passado, o instituto presidido pela mulher do secretário municipal dos Transportes, Frederico Bussinger, para realizar um serviço de consultoria.

A viação Sambaíba firmou contrato com o Idelt (Instituto de Desenvolvimento, Logística, Transporte e Meio Ambiente), dirigido por Vera Bussinger, para estudar a viabilidade de um serviço de balsas pelo rio Tietê, entre a zona leste e a ponte das Bandeiras.

A informação sobre esse contrato surgiu um dia depois de o governo José Serra (PSDB) ter decidido cancelar a contratação do Idelt, feita sem licitação, por R$ 948.750. O contrato foi revelado pela Folha anteontem.

O empresário Carlos Alberto Fonseca, dono da Sambaíba, confirmou à assessoria da SP Urbanuss (sindicato das empresas de ônibus) que contratou o Idelt. O valor, porém, não foi divulgado.

De acordo com o sindicato, a contratação foi sugerida ao empresário por um consultor. Fonseca disse desconhecer se Bussinger sabia do negócio.

O Idelt teve Bussinger entre seus fundadores, em 1996. O secretário se desligou da entidade.

O contrato entre o Idelt e a Sambaíba foi revelado ontem pelo vereador Antonio Carlos Rodrigues (PL) durante a audiência na Câmara em que Bussinger falava sobre os impasses nos contratos da prefeitura com as viações.
Queixando-se dos valores recebidos, as concessionárias ameaçaram, na semana passada, romper os contratos de forma unilateral.

A Folha telefonou para Fonseca, mas ele não ligou de volta.

Após a audiência, que durou seis horas, Bussinger, durante entrevista, nem confirmou nem negou o eventual contrato -disse que iria verificar com sua mulher.

Questionado sobre o que faria se o contrato realmente existisse, ele não respondeu. “”Quando me casei, minha mulher já era uma profissional experiente, e separamos a questão profissional da pessoal. Não vamos tratar desses assuntos familiarmente.”

Procurado ontem à tarde, o Idelt não respondeu aos pedidos de entrevista. O instituto, mesmo antes de Bussinger assumir a secretaria, já havia dado consultoria a empresas de ônibus.

Contrato rompido

A gestão Serra rompeu o contrato entre o Idelt e a Secretaria do Trabalho, que pagaria R$ 948.750 para que, durante nove meses, profissionais do instituto dessem cursos de capacitação para a construção de calçadas e para atividades como auxiliar de serviços gerais e de escritórios.

A contratação se baseou em um artigo da lei que permite a dispensa de licitação, em alguns casos, a instituições sem fins lucrativos.

O secretário do Trabalho, Gilmar Viana Conceição, informou ontem ter decidido pela rescisão “de modo a não alimentar dúvidas sobre qualquer hipótese de favorecimento”, embora houvesse um “ato jurídico perfeito” e “extensa documentação comprobatória de qualificação técnica, habilitação e regularidade fiscal por parte da entidade selecionada”.

Segundo a pasta, “os cursos de qualificação em andamento serão concluídos e os beneficiários receberão as bolsas na forma da lei”.

A secretaria não informou ontem como será a continuidade das aulas e se haverá licitação para contratar uma outra instituição.

Na última terça-feira, a pasta defendia a regularidade do contrato e dizia não ver conflito ético no fato de a entidade escolhida sem concorrência pública ser ligada a um membro da gestão Serra.”

http://www.ntu.org.br/Clipping/NTUClipping.asp?MATERIA=true&GUID_MATERIA={29A1401D-3CE8-48C9-BF3A-FEEDC47BF950}

2 – Em 2007 o MPE de SP apura que o Idelt recebeu R$ 5 milhões dos cofres públicos nos últimos 7 anos; promotores investigam superfaturamento:

“O Estado de S. Paulo – 22/10/2007

Idelt recebeu R$ 5 milhões dos cofres públicos nos últimos 7 anos; promotores investigam superfaturamento

Eduardo Reina

O Ministério Público Estadual investiga as relações do Instituto de Desenvolvimento, Logística, Transportes e Meio Ambiente (Idelt) com o governo paulista e prefeituras. O Idelt é uma organização não governamental criada por Alberto Goldman (PSDB), vice-governador paulista, Frederico Bussinger, ex-secretário municipal de Transportes de São Paulo, e Thomaz de Aquino Nogueira Neto, atual presidente da Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa), entre outras pessoas ligadas ao setor de transporte público e ao PSDB. É presidido pela mulher de Bussinger, Vera Bussinger. E recebeu pelo menos R$ 5 milhões dos cofres públicos nos últimos sete anos.

Promotores querem saber se houve superfaturamento dos contratos e favorecimento da organização não governamental ligada ao PSDB. São analisados ao menos 16 contratos e aditamentos, parte sem licitação, com Dersa, Sabesp, Secretaria Estadual do Trabalho, prefeituras de São Paulo e Carapicuíba, segundo publicações do Diário Oficial do Estado. As contratações referem-se a cursos de qualificação profissional como assistente administrativo, reciclagem de lixo, conservação, limpeza e formação de mão de obra para fazer calçadas (calceteiro), além de assessoria técnica em transporte público e programas de água de reúso. A Dersa alega que não havia necessidade de licitação pelo fato de o instituto ter notória especialização nos setores em que atua.

Um dos inquéritos foi aberto no fim de setembro pela Promotoria da Justiça e Cidadania e apura quatro contratos e três aditamentos feitos entre o Idelt e a Dersa, que somam mais de R$ 450 mil. O outro, em andamento desde o ano passado, analisa contrato de R$ 948 mil com a Prefeitura de São Paulo, firmado na gestão de José Serra (PSDB).

Nos dois casos não houve licitação para contratação, apesar de existirem outras instituições capazes de fornecer tal tipo de serviço, como a Escola de Sociologia e Política de São Paulo, a Fundação Tide Azevedo Setúbal, o Instituto Paradigma, a Cosmética Beleza e Cidadania, entre outras ONGs e instituições. Estas três últimas mantêm atualmente parcerias com a Prefeitura da capital.

A promotora Luciana del Campo quer saber se houve necessidade de a Dersa contratar o Idelt para fazer assessoria técnica, serviços de modelagem e gerenciamento dos Portos de São Sebastião e Santos. Foram quatro contratos – 1999, 2001, 2003 e 2004 – e três prorrogações, realizadas durante os governos Mário Covas e Geraldo Alckmin, ambos do PSDB. Os quatro contratos, que receberam três aditamentos, somaram originalmente R$ 441.228 – sem os acréscimos. O primeiro deles foi firmado em 2000, no valor de R$ 86.400.

O outro procedimento investigatório do MPE é sobre o contrato feito no fim de 2005 com a Secretaria do Trabalho da Prefeitura de São Paulo, na gestão do prefeito José Serra. O instituto mais uma vez foi contratado sem licitação para realizar cursos para formação de calceteiros, auxiliares de serviços gerais, auxiliares de escritório e reciclagem de lixo. Por isso, são investigados o ex-prefeito Serra, o ex-secretário municipal do Trabalho, Gilmar Viana, Frederico Bussinger e sua mulher Vera, que preside o Idelt.

CONTRATO RESCINDIDO

O instituto receberia R$ 948.750 por nove meses de trabalho prestados à Prefeitura de São Paulo, mas, segundo a Secretaria Municipal do Trabalho, o contrato assinado em 2005 foi rescindido em dezembro do ano passado, já na gestão de Gilberto Kassab (DEM).

A administração municipal pagou quatro parcelas, além de duas multas rescisórias previstas em contrato, num total de R$ 534.763,93. Segundo a secretaria, o Idelt cobrou na Justiça a diferença de R$ 413.986,07.

Vera Bussinger afirmou que apenas notificou a secretaria da necessidade de saldar contratos pendentes. “Apresentamos a planilha do que já estava comprometido. Mesmo com o fim do contrato, completamos o treinamento da turma. Ficamos até abril”, explicou. “Não se pode dizer que temos contratos somente com administrações do PSDB.”

Ela contou que foi contratada por administradores do PT. Segundo Vera, o Idelt foi chamado para dar cursos profissionalizantes na administração de Marta Suplicy, entre abril e setembro de 2004. Outra contratação foi realizada por Vitor Buaiz, quando estava à frente do governo do Espírito Santo e ainda era do PT. Na época, um dos sócios do Idelt, Carlos Alberto Tavares Carmona, era diretor da São Paulo Transportes (SPTrans), que cuida do transporte público na cidade.

Em 2006, cada uma das 31 subprefeituras paulistanas teria 15 calceteiros, que deveriam passar por 16 dias de aulas teóricas e práticas. O curso, dado pelo Idelt, foi uma parceria entre as secretarias municipais do Trabalho, de Assistência e Desenvolvimento Social, e de Coordenação das Subprefeituras, segundo divulgação feita pela Assessoria de Imprensa da Prefeitura em 16 de março de 2006.

CALÇADÃO

O contrato do Idelt prorrogado várias vezes com a Prefeitura de Carapicuíba teve início em 2001, para um curso de calceteiro destinado a ex-presidiários. Batizado de Calçada Metropolitana, o projeto custou inicialmente R$ 560 mil. A cidade é administrada por Fuad Chucre (PSDB).

De acordo com o secretário do Trabalho da cidade, Luiz Gonzaga de Oliveira, depois que venceu o contrato com o Idelt, a prefeitura assumiu o serviço para complementar o trabalho nas calçadas. Realizou cerca de 500 metros de novos calçamentos na Avenida Rui Barbosa, no centro de Carapicuíba. Comerciantes da região reclamam que o trabalho foi mal feito e são necessários reparos constantes.
http://www.fazenda.gov.br/resenhaeletronica/MostraMateria.asp?page=&cod=414450

3 - A tal ONG Idelt funciona ou funcionava na Rua Arthur de Azevedo, 1767 – 12º andar Conj. 124 – São Paulo – SP CEP: 05414-001:

“Informações e Contatos

O IDELT quer continuar apoiando a população em situação de risco. Para que possamos realizar esta tarefa, estamos buscando parcerias com Empresas e Instituições Públicas e Privadas, nacionais e internacionais, para este e outros Projetos.

Caso necessite de dados mais completos e informações, entre em contato conosco:

IDELT – Instituto de Desenvolvimento, Logística, Transporte e Meio Ambiente

Rua Arthur de Azevedo, 1767 – 12º andar Conj. 124
São Paulo – SP CEP: 05414-001
Fone/Fax: (11) 3068-6868
e-mail:idelt@idelt.com.br”
http://www.idelt.com.br/projetos.aspx

4 – Não estou acusando ninguém, mas vejam a coincidência: conforme a declaração de bens do José Serra no TSE para as eleições de 2006, ele disse que possuía “3 salas comerciais no Edifício Premium Tower Altamura” (não especifica as salas), exatamente na mesma rua e no mesmo prédio onde funciona o Idelt:

“ Eleições 2006 – Divulgação de Dados de Candidatos

Declaração de Bens – Candidato(a) a Governador – SP

JOSÉ SERRA

Descrição: 3 SALAS COMERCIAIS DO EDIFICIO PREMIUM TOWER ALTAMURA, SITO NA RUA ARTHUR DE AZEVEDO, 1767

Valor: R$ 240.000.00

(…)”

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Jobim e Serra: sobre traíras e malabaristas

Aqui, vê-se e ouve-se o pedantismo traíra de Nelson Jobim, fazendo malabarismos para transformar vontade em realidade, discurso em fato.



Para enfrentá-lo , valho-me das bem fundamentadas palavras de um cientista de primeira categoria: Wanderley Guilherme dos Santos; graduado em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1958) , doutorado em Ciência Política pela Stanford University (1969) e pós-doutorado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1986), membro da Academia Brasileira de Ciências. Em seu texto aparece a realidade baseada na história das eleições, em fatos e em conceitos e, disto, e não de conjecturas, retira uma tendencia:

"(...) as chances de vitória da situação são bastante superiores às da oposição. Não é fácil combater um governo bem-sucedido e bem avaliado. Todas as críticas, inclusive as procedentes, esbarram na disposição do eleitorado de recompensar os bons governos. Os especialistas perceberão que admito, para a próxima eleição, a supremacia do voto retrospectivo sobre o voto prospectivo. Os eleitores votam retrospectivamente quando estimam que a renovação do mandato dos atuais governantes promete trazer maiores retornos do que as perspectivas de mudança representadas pela oposição. O peso específico dos candidatos continua a ter importância, mas ponderado pelos cenários alternativos associados a cada um deles pelo imaginário público. Acredito que este ainda é o caso, não valendo a fadiga que leva à substituição de um governo, simplesmente porque é governo. Se não ocorrer nenhuma tragédia política maiúscula, os tópicos programáticos oposicionistas parecerão frágeis diante da prestação de contas petista." (Jornal Valor Econômico 7/12/2007)

Querendo Jobim ou não, esta eleição será baseada, principalmente, no voto retrospectivo. Só não seria se o atual governo não estivesse mudando a vida de milhões de eleitores para melhor. (crescimento econômico, geração de empregos, aumento da classe média). A primeira - e mais relevante - avaliação do eleitor sobre os candidatos será: quem manterá este padrão de melhora. Justamente por isto o candidato Serra está tentando transmutar-se em admirador do governo Lula e afirmar que nesta base pode fazer mais. Para, num malabarismo político, ganhar o voto retrospectivo. Sabe que se propuser um padrão alternativo ao padrão governo Lula perde com certeza. A esperança que hoje conta para o voto é a associada ao compromisso de dar continuidade a um conjunto de políticas bem avaliadas associadas ao governo Lula. Políticas que, repito, na avaliação do eleitor estão melhorando seu padrão de vida. Se contasse somente a esperança abstrata jobiniana, o futuro sem história, Serra estaria liberado do lastro lulista, nem estaria falando nisto...

Mas a metamorfose de Serra é difícil, quanto mais não seja porque concorreu contra Lula em 2002. E isto está registrado...

terça-feira, 6 de abril de 2010

Pesquisas para Presidente

Pesquisas realizadas no mês de março, sob a mesma conjuntura econômica e política, com a mesma margem de erro:

Ibope (06 a 10/03; margem de erro de 2 pontos):
Serra 35 x Dilma 30

Datafolha (25 e 26/03; margem de erro de 2 pontos):
Serra 36 x Dilma 27

Vox Populi (30 e 31/03; margem de erro de 2,2 pontos):
Serra 34 x Dilma 31

Ibope e Vox Populi praticamente iguais. Datafolha bem diferente, especialmente no tocante ao percentual de Dilma.

Um "consenso" entre as três pesquisas: Serra não passa de 36% (tem 34%, 35% ou 36%). O percentual do Udenismo, segundo Paulo Henrique Amorim.

Esta semana, de 05/04 a 09/04, o SENSUS estará fazendo mais uma pesquisa da corrida eleitoral para a Presidência da República. Empate ou desempate entre os intitutos? Façam as apostas...

O pessoal do Datafolha deve estar suando frio. Se o percentual da Dilma der próximo de IBOPE ou Vox Populi, é melhor a Folha fechar o Datafolha prá balanço e só publicar boca de urna...

sábado, 3 de abril de 2010

Ajuda Memória para os gaúchos que pensam em votar em arautos da "boa conduta"

Nada mais justo do que adotar a honestidade do candidato como critério principal para o voto. Mas não enganem-se, muitas vezes aqueles que atiram pedra em teto alheio tem problemas em seu quintal... Então, gauchada, antes de dirigir seu voto para os arautos do moralismo, para os que propõe-se a enfrentar "antros de robalheira", "marajás" e coisas do genero, verifiquem o currículo dos indivíduos...

Esta semana, José Serra, em seu discurso de despedida posicionou-se como "arauto da boa-conduta". Em suas palavras:

“Aqui não se cultiva escândalos, mal-feitos, roubalheira…”

Será?

José Serra compra Ilha na Bahia e coloca no nome do cunhado

O Deputado Emiliano denuncia na Câmara Federal a farra de Paulo Souto (DEM) na Ilha do Urubu. O nebuloso e escandaloso caso da Ilha do Urubu, negociata promovida pelo ex-governador Paulo Souto (DEM) no apagar das luzes de seu governo, em novembro de 2006, foi denunciado (30.09.2009) pelo deputado Emiliano José (PT-BA) na Câmara Federal. O deputado afirmou que na verdade foi uma grande “farra do Urubu”. A história é escabrosa e envolve altos interesses do governador paulista José Serra e relações perigosas com a Iberdrola.

O parlamentar se fundamentou nas informações de uma Ação Popular que tramita no Tribunal de Justiça da Bahia. O caso envolve a doação de terras públicas da Ilha do Urubu, localizada em Porto Seguro, área da Costa do Descobrimento.

De acordo com o processo nº 356.983-3, no final de seu governo, Paulo Souto (DEM) doou a Ilha do Urubu aos herdeiros da família Martins, posseiros da área. Quatro meses depois os posseiros venderam as terras ilegalmente (tiram que preservá-las por cinco anos) por R$ 1 milhão ao empresário Gregório Marin Preciado.

Em seguida, Gregório Preciado revendeu o terreno ao mega especulador belga Philippe Meeus por R$ 12 milhões. O terreno vale hoje R$ 50 milhões.

E quem é afinal Gregório Marin Preciado?

O espanhol naturalizado brasileiro é casado com a prima de José Serra, governador de São Paulo, pré-candidato à presidência da República pelo PSDB.

A ficha do Sr. Preciado não é boa.

Ele responde a uma ação penal do Ministério Público Federal por uma dívida de R$ 55 milhões, que foi perdoada irregularmente pelo Banco do Brasil. Ele tomou também um empréstimo de R$ 5 milhões no Banco do Brasil e deu a Ilha do Urubu como garantia, enquanto litigava com a família Martins, disputando a posse da Ilha.

Em 1993, Gregório Preciado havia contraído empréstimos no Banco do Brasil para duas empresas de sua propriedade: a Gremafer e a Acetato. Como Preciado não conseguiu pagar o débito, em 1995, entrou em cena o Sr. Ricardo Sérgio, que, na época, era diretor do Banco do Brasil e ficou conhecido por ser caixa das campanhas de José Serra e FHC. Ele conseguiu para Gregório Preciado um gracioso desconto de 16 milhões de reais na tal dívida.

Mesmo inadimplente, Preciado arrancou outro empréstimo de 2,8 milhões de dólares no mesmo Banco do Brasil. Reportagem de maio de 2002, da Folha de São Paulo, destacou que documentos internos do banco tratavam aquelas negociações como heterodoxas e atípicas, e por isso, o agente financeiro começou a listar os bens do Sr. Preciado para arrestá-los.

Foi assim que se descobriu a propriedade de um terreno valiosíssimo no bairro do Morumbi, onde José Serra era dono de metade e Gregório Preciado da outra parte. O terreno foi vendido rapidamente antes de o Banco do Brasil fazer o arresto e ambos foram beneficiados.

No ano de 1996, Ricardo Sérgio (diretor do Banco do Brasil com influencia na Previ) montou com Preciado o consórcio Guaraniana S/A. Segundo notícias da época, o mencionado consórcio foi composto pela Previ, Banco do Brasil e por fundos administrados pela instituição, e tem como sócia a Iberdrola, empresa gigante do setor energético. A Iberdrola deu a representação da Guaraniana a Gregório Marin Preciado.

Com o processo de privatização ocorrido no governo Fernando Henrique, o consórcio montado pelos dois, o tesoureiro e o parente de José Serra, entre 1997 e 2000, arrematou a baiana Coelba, a pernambucana Celpe e a potiguar Cosern, e Gregório Marin Preciado, de inadimplente do Banco do Brasil, passou a ser o todo poderoso representante da Iberdrola no consórcio montado.

O aprofundamento das relações de Paulo Souto, então governador, com Gregório Marin Preciado culminou na doação da Ilha do Urubu, no dia 20 de novembro de 2006, após a sua derrota nas eleições.

Diante do escândalo, uma equipe de técnicos da Coordenação de Desenvolvimento Agrário - CDA foi deslocada para Porto Seguro para fazer uma nova vistoria nas terras da Ilha do Urubu.

Por Oldack Miranda no Blog da Kika: www.kikamartins.blogspot.com