quinta-feira, 7 de agosto de 2008

A propósito


Prepare-se para qualquer coisa.


Você compra seu apartamento, informado que para a ocupação do terreno ao lado há duas limitações legais (estabelecidas no Plano Diretor Urbano) importantes: uma quanto a altura, recuos, uso do espaço, etc. que lhe garantirá uma vista perene e outra, quanto ao uso, que só permite ocupação residencial. , o que lhe garantirá um ambiente sem grandes sobressaltos.
Muda-se, com toda a familia, cachorro, papagaio, periquito. Alguns dias depois abre o jornal local e, bingo, este lhe informa que para o bem geral da nação - medido por uma tal de viabilidade economica - empresários que você nunca ouviu falar estão pedindo a alteração do Plano Diretor, para permitir a construção de um prédio 20 andares, colado ao seu (com menos recuo do que o exigido anteriormente, o que significa que o verão até...), com uma casa de espetáculos na altura de seu andar (a única do mundo desse jeito). Você teria comprado o apartamento se soubesse antes desta possibilidade?

Pois é o que vai virar regra se forem alteradas as regras para ocupação da área do Estaleiro Só. Basta haver interesse econômico poderoso e, abracadabra, mudam-se as regras.

Mais um agravante. Quando pagaram 7 milhões de reais pela área do Estaleiro Só, esta valia isto sob a restrição para uso somente comercial. Esta restrição, muito provavelmente, limitou o número de interessados no leilão e/ou reduziu o valor de venda. Se a Câmara de Veradores alterar a restrição vai estar, primeiramente, privilegiando os compradores em detrimento de quem vendeu. Tudo errado, qualquer que seja o aspecto analisado.

Senhores candidatos(as) a prefeito(a): com vocês a palavra. Porto Alegre vai virar terra de ninguém, onde podem somente os ricos e poderosos?

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